Imagina poder prever o próximo
passo e então evitar um erro que vem a seguir? Seria algo como no filme
Minority Report, em que é possível prever um crime antes mesmo de acontecer, e
então evitá-lo. Coincidências à parte, aqui estamos falando sobre direção. Isso
mesmo, a indústria de automóveis não para de pensar em maneiras de como os
motoristas podem dirigir com mais segurança.
Uma nova tecnologia está surgindo para rastrear os passos do motorista atrás do volante, e então
prever qual a próxima ação dele. Especialistas afirmam que
a maior parte dos acidentes ocorre por causa de erros na direção. Um problema
crescente tem sido a desatenção dos motoristas por conta de distrações, como o
uso de smartphones.
Trata-se de um sistema de
monitoramento que está sendo desenvolvido por pesquisadores, que pode detectar
não apenas movimentos do motorista, mas também aprender e memorizar hábitos de
direção do condutor.
Esse tipo de sistema pode
ser de muito mais utilidade do que apenas rastrear onde o olho está olhando.
Essa tecnologia pode dar outros alertas aos motoristas, como, por exemplo,
informar que há algo no “ponto cego” do condutor. Esse tipo de informação com
certeza poderia evitar muitos acidentes.
A base do
sistema está em uma máquina que usa um algoritmo capaz de aprender informações. É possível,
por exemplo, prever quando o motorista vai mudar de pista, com uma chance de
90% de acerto. O sensor capta, com precisão, alguns movimentos típicos de quem
vai fazer esse tipo de manobra, como olhar por cima dos ombros, acelerar e frear.
Mas a questão vai muito além
do que apenas detectar quando um motorista não está com plena atenção no
volante. Ashesh Jain, responsável pelo projeto no Brain4Cars (o projeto que
está por trás das pesquisas), pede para imaginarmos que o motorista está distraído
por um segundo. Se não há nada na frente do carro, se não há nenhum problema,
nenhuma possibilidade de acidente, então o carro precisa ser esperto o
suficiente para não alertar o motorista. Ou seja, não haveria necessidade
nenhuma de criar uma situação que não existe. Para ele, mais importante é como
usar as informações obtidas com todos esses sensores.
Esse tipo de pesquisa pode ser mais importante ainda no caso dos
carros automatizados. Isso porque, apesar desses carros serem guiados por eles
mesmos, pelo menos inicialmente, os motoristas ainda precisam estar atentos
para que possam tomar o controle do veículo em algumas situações. No caso de o
motorista se distrair com alguma coisa (o que se estima que é ainda mais
provável do que com os carros comuns, já que o veículo está se transportando sozinho),
isso poderia levar apenas alguns segundos.
Os algoritmos usados foram treinados usando 10 pessoas diferentes, que ao todo, dirigiram quase 2000 quilômetros na Califórnia. Os pesquisadores pretendem disponibilizar todas as informações obtidas durante esse estudo gratuitamente, para que outros pesquisadores possam também utilizar os dados para outros estudos.
Fonte: MIT Technology Review